terça-feira, 4 de agosto de 2009

Praia

Uma das vantagens de se viver em Lisboa é que nos pudemos metemos num comboio e em vinte minutos estamos na praia. Foi o que eu fiz na sexta feira passada. Passei um dia muito prazenteiro na praia de Carcavelos.

Mas há uma coisa que me assusta em ir à praia perto de Lisboa, nesta altura do ano. Nas notícias estamos sempre a ver pessoas a serem assaltadas em horrendos arrastões pelas praias do Rio de Janeiro. Até cá, mesmo em Carcavelos já aconteceu! Para não induzir em erro os caros cibernautas, conduzi uma pequena pesquisa sobre este incidente (uau! Sou só eu quem acha que isto está com um ar bué profissional!? Parece quando usei círculos coloridos no poste do Ikea…)e encontrei frase magníficas, como esta relativa a quantos assaltantes seriam: “Teriam sido 500? Mil? Dois mil? A fonte do DN, com vasta experiência profissional, não se coibiu de apontar para os dois mil” Dois mil assaltantes!? Isto nem no Brasil(ou se calhar sim…estou sou a mandar barro à parede)! Ou mesmo esta, sobre a naturalidade dos delinquentes: "NÃO SÃO DE CASCAIS". O presidente da Câmara Municipal de Cascais, António Capucho, apressou-se a afirmar que as "centenas de marginais" que invadiram a praia de Carcavelos e assaltaram banhistas são de outros concelhos.” LIVRA!, poderia acrescentar o Dr. António Capucho, ladrões é coisa que não há cá em Cascais. Mas Portugal é o país das hipérboles e afinal o terrível arrastão de Carcavelos, que mobilizou dois mil criminosos de vários gangues de todos os concelhos ao redor de Cascais (mas de Cascais é que não!) foi só uma mostra de pânico, estupidez e racismo (passo o pleonasmo) de uma multidão. O que aconteceu foi que um grupo de pretos (ui esses malandros!) ou de ciganos (ai esses criminosos!) ou de brasileiros (ei esses delinquentes) ou qualquer outro grupo étnico ou racial ou social ou folclórico, não sei, estava a curtir na praia. Como eram muitos o pessoal panicou e começou tudo a fugir. Veio a polícia ai ai ai, ai ai ai e está o caldo entornado.

Não não não. Não é de arrastões que eu tenho medo. Arrastões é lá no Brasil. Nos cá temos algo bem mais assustador.

 

praia_campo_01B   GRUPOS DE PRAIA-CAMPO!!!!!!

Eles são tantos…TANTOS!!! Andam em grupos de 20, 40, 50, e às vezes vestem todos uns fatos de banho e uns chapéus verde alface, como os que eu vi na sexta feira. Se não são fatos de banho verde alface são t-shirts. Se não são t-shirts são colarezinhos a identificarem os miúdos e de onde eles vêm…E eles vêm de todo o lado!!!! De ATLs, de Juntas de Freguesias, de Paróquias…OH GOD, THE HORRORRRRR! A estratégia deles é fazerem muito muito barulho, e quando uma pessoa está assim aturdida com o barulho, os monitores tocam uma buzina e eles correm feitos doidos, atirando areia para cima de nós, que estamos aturdidos com o barulho, e invadem o mar como se não houvesse amanhã.

Mas na sexta feira passada quem mais me chateou não foram os miúdos. Foi a chefa dos monitores! Esta senhora estava no topo do paredão, com um microfone e umas megas colunas a dar ordens aos monitores para levarem os miúdos a fazerem karaté e hip-hop…mas que grande chata! E os miúdos estavam-se marimbando. Tanto que os da camioneta B curtiram bué quando a senhora disse “Os meninos dos 5 aos 7 anos da camioneta B vão seguir agora o monitor Ricardo para irem para a água enquanto a monitora Sandra e os meninos da camioneta C ficam aqui no dodgeball.”. Pobres monitores Ricardos ou monitoras Sandras deste mundo. Lidar com as crianças excitadas da praia já deve ser dose, aturar a chefa dos monitores já é demais.

A verdade é que estes GRUPOS DE PRAIA-CAMPO!!! são fixes. Leva o pessoal à praia e ao campo (dah!) em vez de ficarem em casa a ver o mesmo episódio da Hannah Montana pela 13ª vez. O que é que eu mudava nestes GRUPOS DE PRAIA-CAMPO!!! ? Fazia-os menos assustadores.