Lá para os lados do Ramalhete I

Se há coisa que pouco me fascina (pelo menos como fascina muitos) é sair à noite. Não sei se é por não gostar de dançar, por não ser fã de beber o alcoól ou por ter tido azar nos sítios em que fui mas o facto é que as maiores secas que apanhei na vida foram numa pista de dança ou a calcorrear os bares de Santos.

Mas não posso dar as minhas duas saídas e meia à noite como tendo sido noites perdidas. Podem ter sido experiências chatas, cansativas e mal-cheirosas...mas também (e por isso mesmo!) carregadinhas de material Vulgaurxo!

Comecemos pelo jantar. Há dois tipos de restaurante: o restaurante que está na moda, gerido por pessoal novo e bem vestido e com nomes de partes de casa em estrangeiro, como Lounge, Mezzanine ou Marquise. O outro tipo de restaurante é o restaurante que já lá estava antes dos bares e discotecas e cujos os donos, senhores gorduchos e oleosos mais novos do que querem dar a parecer, aproveitam a enxurrada de miúdos às sextas e sábados à noite para darem um boost ao negócio. Parecendo que não, há pontos em comum entre estes dois tipos de estabelecimentos...para além do facto de serem restaurantes claro, Dah! Ambos têm bebidas à descrição (por bebidas, entenda-se sangria a saber a gasosa e cerveja. Tudo o resto paga-se, para aprenderem a não serem mariquinhas!) e nenhum deles tem assim tanta paciência para aturar grupos de 15 ou vinte gatos pingados de alcoól e barulhentos.

A grande diferença (para além do "restaurante da moda" ser bem mais giro do que a "tasca do tó quim") é a comida. O objectivo do primeiro é embebedar miúdo, servindo com as bebidas à descrição, doses muito pequenitas, muito bem arranjaditas de bifes com batatas fritas que não enchem buraquinho do dente nem são nada de especial. Mas agora o tipo "tasca" o objectivo é totalmente diferente...eles existem para fazerem com que os miúdos vomitem todas e quaisquer entranhas do seu ser! Senão vejamos como foi o jantar da minha última meia saída à noite: começou com um belo ARROZ DE MARISCO, seguido de bifinhos de peru COBERTOS DE NATAS e com uma bela FEIJOADA a terminar. Tudo isto regado com(e repito) CERVEJA e SANGRIA e a abrir uma noite que se prevê abundante em SHOTS E MISTURAS DE BEBIDAS RANHOSAS, FORA DO PRAZO E/OU ILEGAIS ATÉ NA HOLANDA, DROGAS VARIADAS E DANÇAS E MÚSICAS ALTAMENTE PSICADÉLICAS. Analisemos. Se excluirmos a parte a partir da cerveja ou, vá lá, os shots até é um jantar bastante agradável. Três pratos diferentes numa só refeição é um luxo. Ainda para mais estes três pratos tão saborosos. O grande problema é estes três pratos serem:

1. Arroz de Marisco, O Rei das Intoxicações Alimentares
2. Bifinhos com Natas, O Senhor do Vomitanço
3. Feijoada, A Lady Flatulência

Olhem, tudo isto deixou-me de tal maneira exaltado que vou fazer uma pausa! Quando voltar, deixaremos os restaurantes para trás e seguiremos pela Avenida 24 de Julho, dantes conhecida como Aterro, rumo aos bares e discotecas!